O Grande Grito

O Grande Grito

O Grande Grito é a mais nova empreitada do Grupo Luz e Ribalta. A decisão da montagem firmou-se a partir de uma Leitura Dramática do texto no Projeto “Palavra em Cena”, na Oficina da Palavra, na Casa de Mário de Andrade e das reações emocionadas que provocou. Aprovado pelo edital de produção da SEC (Secretaria do Estado da Cultura), estreará em março/2011 e fará temporada em SP no Centro Cultural São Paulo nos meses de março e abril, acompanhado de uma exposição, palestras e espetáculos para escolas seguidos de debate. Fará também espetáculos em São Roque, Itu e Araraquara, cidades que têm ligação com a história de Mário de Andrade (Itu: onde está o maior acervo de pinturas do Padre Jesuíno do Monte Carmelo que foi tema de uma das últimas obras de Mário de Andrade; Araraquara: onde o escritor paulista escreveu “Macunaíma”; São Roque: onde ele comprou o Sítio Santo Antônio, doado para o SPHAN, atual IPHAN).

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Em um depósito de uma biblioteca pública encontra-se esquecido e abandonado o acervo trazido pela Missão de Pesquisas Folclóricas (excursão ao Norte e Nordeste feita em 1937/38 sob a orientação de Mário de Andrade).

Entre todo o material que está ali se destaca uma escultura firmada de Exu trazida dos terreiros de Pernambuco pela Missão, com a promessa de que, em São Paulo, ela teria um lugar de honra. Mas isto não é cumprido porque Mário é demitido do seu posto de Diretor do Departamento de Cultura e tudo o que a Missão trouxera fica sem destino. Com isto, o “espírito” do escritor torna-se prisioneiro do Orixá até que a promessa seja cumprida. Macunaíma vem sempre visitar seu criador e essas três figuras discutem ali uma forma de cada qual retomar seu caminho.

Seu Nilton, dedicado funcionário dessa biblioteca, não vê os personagens do invisível, mas se preocupa com o abandono daqueles objetos. E procura um antigo companheiro de infância, Dr. Flávio, agora  em um importante cargo na Secretaria de Cultura, para mostrar-lhe aquele acervo, que acreditava ser muito importante. 

Dr. Flávio atesta o valor dos objetos e providencia a retirada das peças para a manhã do dia seguinte.

Em sua casa, no jantar, seu Nilton comenta com a mulher e a filha adolescente, Rose, a importância daquele “tesouro”, que finalmente será cuidado e preservado.

Rose está namorando Frederico que vem sendo ameaçado de morte por dívidas com um traficante. Quando seu Nilton vai dormir, Rose rouba-lhe a chave da Biblioteca e vai com Frederico até lá em busca do tesouro que poderá salvar a vida do namorado. Mas o casal não encontra nada que reconheça ter valor. O traficante os segue e Frederico acaba sendo baleado – mas é socorrido por seu pai. O espírito de Mário e Exu intervêm nas ações desses personagens para que aquele acervo siga o rumo que deve ter.  Assim a escultura de Exu terá  finalmente um lugar merecido, o espírito de Mário será liberado e ele poderá ir com Macunaíma para o campo vasto do céu.

A história se desenvolve em dois planos: o do “invisível”, onde estão o orixá Exu e o espírito de Mário de Andrade, além de, episodicamente, Macunaíma; e o do “visível”, onde vivem os outros personagens. A peça passa-se nos tempos atuais. Mário e Exu estão no último andar de uma Biblioteca Pública, no meio do que foi trazido pela Missão de Pesquisas Folclóricas em 1938 e que está ali abandonado e se deteriorando. Mário é prisioneiro de Exu por não ter cumprido a promessa de dar um lugar digno a uma escultura dele, firmada em ritual, e que foi trazida pela Missão.

Naquela Biblioteca trabalha um velho funcionário, seu Nilton, que consegue fazer com que um antigo companheiro de bola, de infância, dr. Flávio, e que é importante figura da Secretaria de Cultura, venha dar uma olhada no material que ele supõe ser valioso. Dr. Flávio se entusiasma com o tesouro descoberto e decide levá-lo para um lugar mais adequado na manhã seguinte, com a ajuda de seu Nilton.

Seu Nilton tem uma filha, Rose, de uns 16 anos, que namora, escondido, Frederico, que é filho de dr. Flávio – mas os dois não sabem dos laços que ligam seus pais. Dr. Flávio, atualmente, procura ser duro com o filho, metido com drogas e confusões.

Ameaçado por não cumprir compromissos assumidos com traficantes, Frederico e Rose decidem roubar peças do acervo da Missão – levados à crença de que são “tesouros”, como Rose havia ouvido seu pai dizer. Mas no meio de tudo aquilo eles não encontram nada que lhes pareça ter valor.

O traficante, a quem Frederico deve, segue-o até à biblioteca para cobrar a dívida. Os pais de Rose percebem que a chave da Biblioteca havia sido roubada. Decidem ir até à biblioteca para verificar o que estava acontecendo e avisam dr. Flávio do sumiço da chave. Ao chegarem à biblioteca se surpreendem que a filha esteja lá e na companhia de Frederico.

Mário e Exu, na verdade, intervêm nessas idas e vindas dos personagens, procurando fazer com que o material da Missão, especialmente os firmados em centros, sejam encaminhados para lugares seguros. Mas Macunaíma e Exu percebem que há, em Mário, uma atitude ambigua em relação a abandonar este mundo. Na verdade o escritor se prende a um enorme sentimento de culpa por não ter podido defender todo o trabalho que havia desenvolvido, junto com os amigos, à frente do Departamento de Cultura de São Paulo.

TEXTO

GABRIELA RABELO

DIREÇÃO

JOSÉ RENATO PÉCORA

CENOGRAFIA E FIGURINOS

MÁRCIO TADEU

FOTOGRAFIA

JOÃO CALDAS

ADEREÇOS

LUIZ ROSSI

ILUMINAÇÃO

DAVI DE BRITO

MÚSICA AMBIENTAL E INCIDENTAL

RENATO PRIMO COMMI

PESQUISA E CRIAÇÃO DE VÍDEO

DÉCIO PINTO

OPERADOR DE LUZ

ALEX AURELIANO NOGUEIRA

OPERADOR DE SOM

JAIRO MACEDO

PREPARAÇÃO CORPORAL

AUGUSTO POMPEO

DESIGNER GRÁFICO

LUCIANO ALVES

DIVULGAÇÃO

THEODORA RIBEIRO

PRODUÇÃO E ADMINISTRAÇÃO

NÍVIO DIEGUES e THEODORA RIBEIRO

ADÃO FILHO

AUGUSTO POMPEO

CARLOS FRANCISCO DÉCIO PINTO

MÍRIAM AMADEU

MURILO INFORSATO

NÍVIO DIEGUES

THEODORA RIBEIRO